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domingo, 6 de março de 2011

O tempo da percepção (ou) A percepção do tempo


De acordo com o tempo geológico e antes dele o tempo cósmico as nuvens infidáveis de pó se condensaram no "vazio", a tal ponto e em tal dimensão que o colapso foi iminente (para uma escala temporal cósmica).

Quando olho um caramujo sinto bastante forte a noção de escalas dentro daquilo que chamamos de tempo. O incômodo ou o prazer que a diferença de escala temporal gera é um fenômeno interessante para a mente curiosa, a do observador.

As diferenças podem ser mais objetivas ou apenas "percepção", o que torna tudo ainda mais interessante e instável. Isso é uma das faces daquilo chamado de diversidade.

A diversidade nas percepções em diferentes seres causa, para cada Ser, um evento singular: a experiência.

Objetivamente a escala de tempo de uma bactéria pode ser de minutos, uma borboleta dias, um homem anos, uma montanha dezenas de milênios. A experiência depois da percepção (ou o contrário) faculta entrar na escala de tempo de outro ente, de outra espécie ou de outra grandeza física... sem pagar qualquer "pedágio" de uma até outra. As únicas ferramentas necessárias são a observação e a imaginação.

É claro que para chegar até este raciocínio eu pulei o advento da auto-consciência e da inteligência humana, mas isso agora não é o mais intrigante a se pensar...

Pensaria em como pode se estabelecer alguma referência, algum "ponto de apoio" (por assim dizer), alguma constante para que possa estudar, senão o Cosmo, o tempo percebido.

Com que muleta lógica poderei (emos) vencer a limitação do raciocínio frente à realidade?

Em princípio não se usará a imaginação, pois ela se apresenta bastante volátil frente a qualquer referencial e como não entendo nada de física (matematicamente falando) usarei noções mais primárias.

A noção mais primária que me ocorre é a de tamanho, logo deve haver alguma razão inversamente proporcional entre tamanho e tempo. Esqueçamos as medidas de referência, consideremos, por um minuto, o tempo como sendo intrínseco e característico para cada e em cada ente fisico e/ou biológico.

Isso quer dizer, não há um tempo comum como na "ciência" econômica há uma moeda comum que desrespeita a subjetividade do valor. O tempo para o ente e para o ser é único.

Continuando.. quanto maior, maior a escala de tempo, ou seja: grande e lento vs pequeno e rápido, seja na dinâmica deste, seja na existência. Vamos agora superar desde a bactéria até a montanha, vamos a escala estelar! Uma estrela, o maior objeto singular compacto e diferenciável. Perfeitamente limitável a uma grande esfera incandescente de matéria/energia. Imaginemos uma das grandes...

Seu tamanho? Milhares de vezes maior que nosso Sol. Sua "idade"? vários bilhões de anos. Qualificamos nossa comparação!

Como todos os sistemas elegantes e "bem resolvidos" essa generalização sobre tamanho da estrela tem alguns incômodos. Essas pequenas nuances que podem colapsar todo um sistema para um estado radicalmente diferente e imprevisível. Esse é o chamado Caos.

O Caos é uma dessas coisas importantes, mal interpretadas e não entendidas por muito tempo.. um gerador de mitos..

O incomodo é: sabe-se que essa nossa estrela pode colapsar e alterar numa fração de segundos sua forma e sua essência (por assim dizer). Sua escala que até então era um baile cósmico agora é silêncio e despojos espalhados. Explosão! a expressão final do mínimo agente, precedente do Caos.

Porque essa metáfora estelar é tão incômoda? Talvez pelo mesmo motivo que a morte orgânica o seja: desidentificação, desconhecimento, incerteza, impermanência.

Enquanto a essência do que entendemos estiver pautada na ordem estável e inerte será difícil compreender o Tudo mais.. "A única constante é a impermanência" Fatalismo? Nihilismo? não, não, não.... muito pelo contrário...

A nossa concordância ou não com as leis do Universo não é requisito para a nossa Existência, assim como a racionalização e as teorias não são indispensáveis ao Saber, à Sabedoria.

A imaturidade leva a futlidade, já a humildade não se limita a nada